28 janeiro 2009

Mensagem 080 - Eu tenho medo

Eu tenho medo

Luciano Menezes 28/jan/2009 18:11

Eu tenho medo
quando o dia está nublado
tenho um medo tão danado
quando vai anoitecer

Eu tenho medo
quando a brisa sopra forte
faço reza penso a sorte
em mim está a se encolher

Eu tenho medo
quando me perco na vida
pois já a tenho tão sofrida
e ela está a se escorrer

Eu tenho medo
de sentir um amor danado
pois não estou acostumado
a esperar e acontecer

Eu tenho medo
do arrepio envolvente
que quando chega na gente
e pra fazer desfalecer

Eu tenho medo
quando chega lentamente
a alegria no presente
é só pra gente se aquecer

Eu tenho medo
pois num passado recente
a alegria envolvente
foi embora sem dizer.

27 janeiro 2009

Mensagem 079 - Fim da Kuarup Discos

Bom dia

Como sempre gostei e gosto muito de música, de vez em quando, visito as páginas virtuais de gravadoras e para minha surpresa, mais uma gravadora brasileira se vai Kuarup Discos
.

abaixo a notícia no sítio (http://www.kuarup.com.br/br/) da gravadora.

"Depois de 31 anos dedicados à melhor música brasileira, a gravadora independente
carioca Kuarup Discos decidiu encerrar suas atividades nesta virada de ano.

Ao longo dos últimos anos, as vendas de produtos físicos sofreram queda vertiginosa,
nem de longe compensada pelas vendas por download.
Entendemos que a crise do CD é irreversível e tornou inviável nosso modelo de negócio, inteiramente calcado na produção e comercialização de música de qualidade.

Agradecemos aos nossos amigos, funcionários, representantes, clientes e fornecedores, e sobretudo aos nossos artistas, que continuarão a carregar a bandeira desta música brasileira que ajudamos a divulgar durante todos estes anos.

Kuarup Produções Ltda/ Kuarup Discos "

A lamentar o fim de uma gravadora brasileira, que nunca impôs um padrão musical na mídia mas se preocupou em divulgar boas músicas brasileiras.

Com certeza veremos em breve alguém lançar um selo com a sua discografia ou algumas das pérolas que foram colocadas na roda, e aí durante algum tempo alguém lucrará mais com um trabalho bem desenvolvido e que acabou porque se esgotou enquanto modelo comercial.

Um dos modelos mais transgressores e abusivos do mercado mundial é o ligado a produção de música. Começa pela exploração dos artistas e termina quase sempre pela absorção do acervo por uma empresa multinacional não brasileira (não estou dizendo que é o caso da Kuarup) que a partir daí passa a impor um modelo de lucro rápido e sem levar, na maioria das vezes, em consideração o padrão de qualidade e manutenção de uma cultura brasileira, visa apenas o lucro, impõe modismos e destrói valores e artistas que em várias ocasiões depois serão reconhecidos.

Ainda bem que a internet, que muitos tentam controlar (vide projeto de um dos inventores do mensalão Eduardo Azeredo no Congresso Nacional), permite hoje a divulgação de projetos culturais livres e independentes da indústria fonográfica.

O que, na minha opinião, leva um gravadora como a Kuarup a não continuar é o jogo desleal e impositor dos grandes da indústria fonográfica de dpmínio com o uso de jabás e etc.

A internet hoje desenvolve o trabalho que, os artistas compositores partiram para realizar a partir dos anos 1960-1970 - percebendo que a sua critivadade não retornava para êles o ganho que lhes desse até mesmo o sustento de sobrevivência, passaramm a ser cantores.

A internet hoje ao divulgar o trabalho intelectual de compositores e artistas, permite que as suas apresentações sejam o carro chefe para o retorno financeiro do seu trabalho pois o ganho com a venda dos discos sempre foi da indústria fonográfica que hoje sofre o revés com o aumento de apresentações e diminuição da vendagem.

Vários artistas tem hoje sua própria produtora e alguns possuem e tentam manter selos para o lançamento do seu trabalho fonográfico, que se baseiam mais na divulgação realizada pelas apresentações ao vivo, e pasmem contam com a disseminação feita pelos discos piratas que por terem seus preços condizentes com o poder de compra da população são vendidos em grande quantidades.

Quem imaginaria que hoje estaríamos comprando CD´s por R$ 9,90 (nove reais e noventa centavos em, lojas de departamentos) a cerca de 10(dez) ou 20 anos atrás. A pirataria forçou a redução do preço. Porque as gravadoras não aceitam a numeração dos discos? E qual será o verdadeiro prejuízo de todos com o não pagamento de impostos que os piratas sonegam? Para avaliarmos essa interferência deveríamos saber quanto é feito de sonegação de quem deveria pagar impostos.

Talvez essa seja uma das razões que o mercado tenta controlar a internet.

Luciano Menezes

26 janeiro 2009

Mensagem 078 - Tia Doca da Portela

A Portela se despede da Tia Doca

O ano de 2009 começa com força total e aumenta a ala de compositores e cantores da Escola de Samba eterna.

A Portela eterniza a Tia Doca.




Veja também as notícias dos jornais:

Jornal Estado de São Paulo - domingo, 25 de janeiro de 2009, 19:18 | Online
Morre Tia Doca, integrante da Velha Guarda da Portela
CLARISSA THOMÉ - Agencia Estado

RIO - A integrante da Velha Guarda da Portela Jilçária Cruz Costa, de 76 anos, conhecida como Tia Doca, morreu na tarde de hoje no Hospital do Iaserj, no Centro do Rio. Ela havia sofrido um acidente vascular cerebral no dia 17 e desde então estava internada. Na última quarta-feira, havia recebido alta do CTI, e seu quadro de saúde era estável. Hoje à tarde, sofreu um enfarte.

Tia Doca era uma das pastoras da Portela - vozes femininas do samba, que puxam enredos, cantam em rodas e também fazem shows. Ela é criadora de um dos mais importantes pagodes, o Terreirão da Tia Doca, em Madureira, na zona norte, onde Zeca Pagodinho descobriu, aos 17 anos, sua vocação. O repertório da tradicional roda de samba virou CD em 2000. Dudu Nobre também frequentou o pagode desde os cinco anos.

Tia Doca foi tecelã, empregada doméstica e chegou a vender sopa para se sustentar. Gravou com Beth Carvalho, Zeca Pagodinho e Marisa Monte, que produziu o documentário "O Mistério do Samba", ano passado, com Tia Doca como uma das personagens.

Entrou para a Velha Guarda da Portela em 1970 - com o grupo, viveu tristezas, como em 2005, quando a escola de samba desfilou com alas inchadas, e a Velha Guarda ficou de fora do desfile para evitar que a apresentação tivesse o tempo estourado. Mas também alegrias, como as apresentações na Itália, França e Estados Unidos.

Tia Doca tinha três filhos. Seu corpo será velado a partir das 7 horas de amanhã na quadra da Portela, em Madureira. O enterro será às 16 horas no Cemitério de Irajá.



Jornal O Globo - OBITUÁRIO - Página 12

Tia Doca da Portela, aos 76 anos


Com uma vida dedicada ao samba, Jilçária Cruz Costa, conhecida como Tia Doca, foi destaque da Portela e presidente de ala por três anos, além de pastorada Velha Guarda da azul e branco.
Mas ela se tornou conhecida por conta das animadas rodas de samba, o Pagode da Tia Doca, que aconteciam há 34 anos, sempre no quintal de sua casa, atualmente em Madureira.
Tia Doca é compôs o partidoalto “Temporal”, gravado com Monarco, e o samba “Orgulho Negro”, em parceria com o filho Jadilson Costa e gravado por Jovelina Pérola Negra. No cinema, ela participou do documentário “O mistério do samba”, produzido pela cantora Marisa Monte no ano passado.
Vítima de infarto, Tia Doca da Portela morreu, na tarde de ontem, aos 76 anos, no Hospital do Iaserj, no Centro. Ela tinha sido internada no Hospital Carlos Chagas, em Marechal Hermes, no último dia 17, após sofrer um derrame, mas foi transferida para o Iaserj no dia seguinte. Na quarta-feira, no entanto, ela recebeu alta da CTI e seu quadro de saúde era estável.
O corpo de Tia Doca será velado hoje, a partir das 7h, na quadra da Portela, na Rua Clara Nunes 81, em Madureira. O sepultamento será às 16h no Cemitério de Irajá.


RIO DE JANEIRO - [ 25/01 ]
Morre Tia Doca, integrante da Velha Guarda da Portela
Jornal Cruzeiro Sul On Line ( http://www.cruzeirodosul.inf.br/materia.phl?editoria=42&id=155767 )

A integrante da Velha Guarda da Portela Jilçária Cruz Costa, de 76 anos, conhecida como Tia Doca, morreu na tarde deste domingo no Hospital do Iaserj, no Centro do Rio. Ela havia sofrido um acidente vascular cerebral no dia 17 e desde então estava internada. Na última quarta-feira, havia recebido alta do CTI, e seu quadro de saúde era estável. Hoje à tarde, sofreu um enfarte.
Tia Doca era uma das pastoras da Portela - vozes femininas do samba, que puxam enredos, cantam em rodas e também fazem shows. Ela é criadora de um dos mais importantes pagodes, o Terreirão da Tia Doca, em Madureira, na zona norte, onde Zeca Pagodinho descobriu, aos 17 anos, sua vocação. O repertório da tradicional roda de samba virou CD em 2000. Dudu Nobre também frequentou o pagode desde os cinco anos.
Tia Doca foi tecelã, empregada doméstica e chegou a vender sopa para se sustentar. Gravou com Beth Carvalho, Zeca Pagodinho e Marisa Monte, que produziu o documentário "O Mistério do Samba", ano passado, com Tia Doca como uma das personagens.
Entrou para a Velha Guarda da Portela em 1970 - com o grupo, viveu tristezas, como em 2005, quando a escola de samba desfilou com alas inchadas, e a Velha Guarda ficou de fora do desfile para evitar que a apresentação tivesse o tempo estourado. Mas também alegrias, como as apresentações na Itália, França e Estados Unidos. Tia Doca tinha três filhos.

25 janeiro 2009

Mensagem 077 - Edith do Prato

Uma das coisas que mais gosto é música, seja do tipo que for.
Algum tempo conheci o som de Edith do Prato que foi apresentada para os brasileiros no disco Araçá Azul do Caetano Veloso, que eu considero o melhor disco do Caetano Veloso:

"Vou me embora do sertão ou viola meu bem viola
que eu aqui não me dou bem ou viola meu bem viola
sou empregado da Leste sou maquinista do trem
vou me embora pro sertão que eu aqui não me dou bem
ou viola meu bem viola ou viola meu bem viola..."


espero que a memória não tenha me traído.

Esse som sempre ronda meu espírito, não sei se por lembrar do gosto do araçá ou se por ser azul.

O que tenho certeza é que a batida da faca no prato ecoa e me acompanha há muito tempo.

Dia 10 de janeiro de 2009 li no Jornal O Globo na seção de obituário:

Dona Edith do Prato, aos 94 anos
Luciano da Matta/A Tarde



"Toda a vida fui louca por samba, fugia para espiar o samba. Eu ficava raspando uma cuia de queijo, mas não acertava nada. Um dia, corn uma faca e um prato de doce, peguei o ritmo. Fiquei afamada por isso e, todo caruru, festa de aniversário, me chamavam para tocar, mas ninguém me ensinou". 0 começo da trajetória musical de Edith Oliveira Nogueira, contada por ela mesma no DVD "Dona Edith do Prato & Vozes da Purificação”, é tão singelo e autêntico quanto sua arte, admirada por nomes importantes da MPB.
Pela habilidade em extrair sons bem cadenciados do atrito da faca com o prato Edith surgiu no cenário da música brasileira pelas mãos do afilhado Caetano Veloso, ha três décadas, no album "Araça azul". Ali, ainda como Edith Oliveira, participou das faixas "Viola, meu bem" e "Sugar cane fields forever". Somente aos 86 anos teve a chance de gravar o primeiro disco, com sambas-de-coda, pontos de terreiro e temas de domínio público.
Nascida em Santo Amaro da Purificação, tinha vínculos estreitos corn a família Veloso. Ela engravidou na mesma época da amiga Canô por causa de uma forte gripe da matriarca dos Veloso, foi chamada para amamentar o então recém-nascido Caetano. Além disso, Nicinha, irmã legítima de Edith, foi criada como filha por Canô. Edith foi internada as pressas no dia 20 de dezembro, depois de sofrer um AVC. Ela morreu quinta-feira no Hospital Português, em Salvador, aos 94 anos.

Ainda bem que posso ouvir sua voz e rítmo no CD que deixou de lembrança.

Leia mais : Caetano Veloso e Folha On Line

23 janeiro 2009

Mensagem 076 - Olhando pra frente


(clique na imagem para ver tamanho real)

Olhando pra frente.

Luciano Menezes

E se eu olhasse pra trás
e visse um corpo com a cabeça baixa
E se eu olhasse pra trás
e avistasse alguém desesperado
E se eu olhasse pra trás
e enxergasse um rio de lágrimas
E se eu olhasse pra trás
não mais teria esperanças
coragem
correr riscos nunca mais

Como ficaria a vida
sem ter futuro
e o presente
afinal a vida segue em frente.

12 janeiro 2009

Mensagem 075 - Santa Lavradio

A Rua do Lavradio - Rio de Janeiro-Brasil na Lapa, em cada primeiro sábado do mês, deixa exposto vários personagens. Alguns vivos, outros inanimados.
A foto abaixo mostra um chorando.


clique na foto para ver no tamanho real

02 janeiro 2009

Mensagem 074 - Os sonhos

A única forma que existe para acabar com os sonhos é você dormir


02-jan-2009
Luciano Menezes