28 dezembro 2005

Mensagem 036 - Basta! NÃO.

Basta! NÃO.

Não basta nascer, sobreviver, crescer, correr.
Não basta fumar, cheirar, beber ou enloquecer.
Não basta falar, gritar, querer, pensar e ter.

Tem que se juntar, se organizar, até construir,
a nova história, que faça apenas gente se unir.
Renovar o passado e mostrar que pode coexistir.
Uma vida humana, sem gana, receio e não iludir.

Mensagem 035 - Natal 2005

NATAL 2005

Luciano Menezes

NATAL, ceia, ajuntamento.
por que?
pergunte e ouvirá as respostas:
- é dia de dar presentes.
- hora de juntar os amigos.
- o momento de abraçar todos.
- o dia da confraternização universal.
Mas nesse dia
nem para todos é o NATAL.
Perguntem:
ao judeu
ao muçulmano
ao budista
ao sintoísta
ao comunista
perguntem ao capitalista
que se aproveitando da data transformou-a
- no dia mundial do consumismo.
Da minha parte continuo festejando
o nascimento de Jesus Cristo,
por isso tem a Missa do Galo,
tem São Nicolau,
tem o cristianismo,
tem a fé católica,
que a pratico como eu acredito
sem fazer mal a ninguém
sem obrigações de ir a missa
sem me confessar com o padre
rezando quando tenho vontade
sem pagar dízimo
sem casamento
só com ajuntamento
aceitando o outro
sem cobrança
sem saudade
sem herança
sem mudança
sem lei dos homens
sem a lei dos bichos
só com o desejo
e o querer perene
- enquanto dure.

Mensagem 034 - Antes do final

Antes do final

Luciano Menezes

De novo
ele se apresenta
sem muita diferença,
apenas mais um
que se vai
ou fica,
p'ra quem gostou.

Quem sabe o sonho
de quem sonhou.

Quem viveu o sonho
não sonha mais.

Quem é lembrança
não existe.

Mensagem 033 - Enfim só

Enfim só

Luciano Menezes

enfim só
sem sonhos
sem eperanças
sem saudades
só lembranças

enfim só
sem amargura
sem explicações
sem tortura
só lamentações

enfim só
sem fome
sem desejo
sem coerência
só reclamações

enfim só
sem libido
sem atitude
sem sentido
só motivação.

Mensagem 032 - Sem Presente

Sem presente

Luciano Menezes

you've got a friend.
you've got a mail.
e eu não quero nada
não entendo nada
e não escrevo em inglês.
gosto do som, das pronúncias,
dos ditongos, dos hiatos,
de fato nem lembro mais
os pronomes que aprendi.
gosto do som, das palavras,
das onomatopéias,
do grunhido do mato,
do cheiro das folhas,
do medo da escuridão.
gosto do som do silêncio
e esse ninguém quebra não.
gosto do gotejar da mente
que cria o sonho
e que revela o filme
do inconsciente.
gosto de pronunciar fonemas
seguindo uma ordem
que não tem definição.
gosto de grafar imagens
que as palavras,
não revelarão.
gosto de desenhar,
sem dar um traço com a mão.
gosto de olhar pra trás
e não ter nenhuma visão.